As questões do crescimento

Ontem, enquanto dava banho ao Pedro disse-lhe que daqui a uns tempos ele já não quererá que seja a mãe a dar-lhe banho. Ele olha para mim, como quem vai dizer que não, mas em vez disso diz:
- "Mesmo quando for grande, vou gostar sempre de ti".
Também te amarei sempre.

Hoje de manhã, enquanto os vestia, surgiu a conversa das alturas a propósito de um outro menino. Explicava então eu ao Pedro que, continuando como até aqui, ele será mais alto do que a mãe e até mais alto que o pai; que quando tiver 12 anos, ainda não é adulto mas já será certamente da altura da mãe (uma "torre" de 1,60 cm mal medidos).
P - Então tu não tens tamanho de adulto! Ehhhhh!
M - O adulto não se vê pelo tamanho! (pois, pois...)

Mas o meu pisquinho já está também a tomar consciência de outras coisas em que, até aqui, quase nem pensava. Uma delas é a morte e a separação.
P - Mãe, tu e o pai vão estar sempre comigo enquanto eu for pequeno?
M - Espero bem que sim filhote! (Deus queira que sim!)
P - E se tu e o pai e os avós, os tios já não viverem, quem vai tomar conta de mim?
M - Haverá sempre alguém que possa tomar conta de vocês, descansa. Mas agora não penses mais nisso, a mãe está aqui agora.
P - Mãe, eu nunca quero ficar longe de ti!
M - ... nem eu! (Mimos mil)
Estas perguntas e o incómodo que me causaram têm andado na minha cabeça. Realmente, quem pode prever o dia de amanhã? Podemos (e penso que devemos) tomar precauções, tanto quanto possível, para que nada nos aconteça, mas daí para a frente, infelizmente, não depende de nós...
Por isso não pude, nem consegui, dar certezas absolutas ao meu pisco. Apenas o "se Deus quiser ficarei sempre contigo". E como acredito, apenas Lhe peço humildemente, todos os dias, que assim seja.