Os piscos

A Inês, talvez pelas circunstâncias que ultimamente nos envolvem, está a atravessar uma daquelas fases de me deixar com os cabelinhos em pé.
O desafio é constante e não há maneira de parar esta pisca. A tortura ao irmão é contínua e volta e meia lá se ouve um "mãaaeee a Inês bateu-me!", ou "a Inês empurrou-me", ou... claro que há alturas em que o pisco se farta e dá também na irmã. E eu respiro fundo... e outras vezes passo-me. Com os dois...

Ao mesmo tempo, adoro observar o seu jeito crescido e desenvolto. A maneira como brinca com os seus bebés e diz que é a M. (a educadora). A maneira como fala quando quer dizer algo importante. A maneira como é vaidosa: "roubou-me" uma das minhas bases e diz que é dela e tem que a por de manhã, pede para pintar as unhas e agora tem o seu baton (do ceeiro) que coloca na boca a toda a hora e instante - "mãe, o meu baton já secou?" - tudo isto é guardado na mesma gaveta da casa de banho onde estão as coisas da mãe (claro!).

O Pedro tem estado bem na escola. Todos os dias vai contando novidades, principalmente dos colegas. Faz-lhe impressão os meninos que andam sempre à bulha ou que gritam e/ou que não fazem o que a professora lhes diz.
Ontem chegou a casa triste e sentindo-se injustiçado porque a Professora lhe mandou para trabalho de casa também as duas fichas que não tinha completado na aula. Injustiça porque não aconteceu com os outros meninos e ele assim ficava com muito mais TPC... injusto também porque ela lhe dava sempre mais fichas antes de ele acabar... Cheguei, com ele, à conclusão de que o Pedrocas, porque certinho e perfeccionista, leva o dobro do tempo dos outros...
Ele não pode, nem deve deixar de ser assim, mas também terá que aperfeiçoar a sua técnica, para não ficar prejudicado. Vou ficar atenta e, se voltar a acontecer, falar com a Professora.
Claro que o fazer dos trabalhos de casa foi uma tormenta, no meio de suspiros e algum choro. Mas conseguiu! :)