História da 1ª gravidez

Há 7 anos atrás, estava grávida do Pedro.
Foi uma gravidez desejada e de surpresa ao mesmo tempo, pois nunca me ocorreu que ficasse logo.
Descobri muito cedo e de uma forma algo cómica. Comecei com fortes dores, que liguei ao período que estaria para chegar (embora atrasasse sempre cerca de 1 semana) e não me esquece que era uma 6ª feira…comento com a minha mãe que me diz “quando eu tinha essas dores assim é porque estava grávida” – oh mãe, pode lá ser!!! É o normal.
Passei um fds para esquecer, as dores não passavam com analgésico nenhum e até fiz paragem de digestão. Foi de tal forma, que na 2ª f. só consegui ir trabalhar à tarde e lá me queixo: isto é intestinos, é sempre assim.
A minha colega olha para mim, com ar trocista e diz “estás amarela… cá para mim estás é grávida!” ???? Outra! “grávida nada!” E já outra colega minha presente.
Decido tirar a teima apenas para lhes mostrar que não, nem pensar!
Quando na casa de banho vejo o positivo, toda eu tremia, sem saber se havia de rir ou chorar “eu, grávida!!!”. Foi a galhofa geral.
Vou fazer análises de sangue ao laboratório, que dão negativas. Novo teste da farmácia, novo positivo. Como as dores teimavam em não passar, marquei ainda com mais urgência para a médica, que confirmou: estava grávida de 3 semanas! J
O pai ficou para “morrer”, ele nem queria acreditar e o pânico foi total. Ele bem que tentava disfarçar, mas o seu ar era de desalento: apenas pensava na responsabilidade. “Ao menos que seja menina”, dizia. Às 17 semanas ficámos a ter a certeza de que era um piloquinhas: novo desalento do pai… Alegria imensa do avô materno que quase chora ao telefone J. Alegria também da bisavó paterna, que sempre disse que seria rapaz e que infelizmente faleceu sem o conhecer, mas com ele no pensamento.
Vivi esta gravidez como um estado de graça. Senti-o pela primeira vez no dia 18 de Fevereiro de 1999. Às 26 semanas fui internada com pré-eclampsia. Estive 2 meses a comer sem sal e a vingar-me nos chocolates. Inchei imenso e engordei cerca de 12/13 Kg. Adorei estar grávida, sentir cada fase do crescimento do meu bebé. Por ele já fazia qualquer coisa. Se ficava muito tempo sem o sentir chamava “Pedro, dá uma sinal à mãe de que está tudo bem” e logo de seguida vinha o pontapé.
O pai acompanhou-nos em todas as consultas. Foi ele que escolheu o nome. E adorava senti-lo a mexer.
Na última consulta, a minha tensão estava altíssima e a médica fez-me o toque para ver se poderia induzir o parto ainda nessa semana, mas como estava ainda muito “verde” ficou marcado para 21 de Junho, dia em que faria as 40 semanas.
Ele nasceu a 18, por vontade própria, mas esse será um outro testamento.