O final do ano e, principalmente, o último dia, é sempre altura de balanço.
Entrámos em 2007 cheios de esperança. Eu e a minha mãe, companheiras nas superstições, tinhamos grande fé no ano '7'.
Até Junho, a coisa não correu mal de todo. Passei por mais uma mudança no trabalho (que ainda estou para ver se foi para melhor ou não), consegui ir ao Porto ao fim de muitos anos e estar (ainda que pouco tempo) com duas tripeiras que me estão no coração e conseguimos fazer essa viagem com os meus pais - que foi o melhor dela.
De Junho para a frente a coisa começou a complicar: as férias trocadas à última da hora; novos desenvolvimentos na doença da minha mãe - os resultados dos exames, a cirurgia de urgência, os tratamentos... à mistura com o internamento do meu tio que cá estava de férias e afins.
Em Novembro, visita a Lisboa. Boas notícias da minha mãe (já só voltaria à consulta em Fevereiro), uma semana e pouco bem passada com ela e com todos.
Parecia que tudo estava a encarreirar, quando chega o pior revés de todos. Um dos nossos piores pesadelos e que, passado pouco mais de um mês, ainda parece irreal. Dói muito só de pensar, por isso evita-se o pensamento, a todo o custo.
Pouco menos de 1 semana depois o meu padrinho sofre um derrame e, apesar de melhor, o quadro ainda tem algumas reservas.
2008 chega assim... Com a fé bastante em baixo e sem ânimo, mas tentando não perder completamente a esperança. Vamos ter as passas, porque era tradição familiar, mas não sei com que desejos - provavelmente aqueles que já pedia, saúde, saúde, saúde e paz.
Tenho os meus filhos, a minha família... Mas não consigo evitar um vazio enorme. Dizem-me que vai melhorar, com o tempo... Espero bem que sim - tenho que acreditar que sim.
2008 vai ser um ano em que, como família, vamos ter que reaprender a viver. Completamente.
Reaprender a viver sem a sua presença física, mas acreditando que está connosco de uma forma completamente nova. E saber seguir em frente. Até lá.
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Apesar de tudo, não posso deixar passar sem desejar a todos (os que nos visitam, amigos e família) votos sinceros de um muitos feliz Ano Novo. Com um beijinho da família dos Piscos de Gente.
9 comentários:
Um Bom Ano Novo para vocês, com tudo a correr da melhor maneira! Bjs, MJ
Foi com lágrimas nos olhos que te li. Também eu perdi o meu pai à já oito anos.
A dor atenua-se mas acho que não há um só dia que passe que eu não pense nele. E ainda bem que assim é.
Fica saudade, muita saudade mas penso sempre mais nos bons momentos do que nos maus, os momentos da doença.
Beijinhos grandes e um Bom 2008 para voçês
O que comentei no blog da tua mana, serve também para ti, minha querida amiga!
Demasiadas pedras no teu caminho, neste ano que passou, mas as quais tens sabido contornar e o importante é continuar a caminhar, mesmo que as feridas sangrem, mesmo que a alma não brilhe... não estás sozinha, linda! Tens que manter a fé, sim, e a esperança e a força e continuar a ser a mulher lutadora que tens sido! E da qual muita gente se orgulha.
Muita força e muita coragem e, apesar da distância, eu estou aqui com uma mão estendida, sempre e quando precisares!
Um BOM ANO NOVO, com muita saúde, paz, alegria! Tudo de bom!!!
Gosto MUITO de vocês!
Foi um final de ano muito difícil e é preciso muita coragem para enfrentar estes tempos.
Um beijo grande
Sabes o que eu te desejo não sabes minha querida?
Um abraço do tamanho do oceano que nos separa...apenas fisicamente.
:))))
Carla, depois de ler estes teus últmos textos, que já cá não vinha há tempo, só te posso desejar que 2008 vos traga saúde, paz e a força suficiente para superarem essa saudade de pedra, que nunca mais tem fim...
Um beijo grande.
Amiga,
Nem sequer imagino o vazio e a tua dor....!
Quero no entanto acreditar que o tempo ajuda...e que os pisquinhos também!
Vais ver...este ano vai ter muitas coisas boas....a pisca vai prá escola não vai????
Um abraço nosso bem apertado!!!!
Ana, Ri, Bê e Carol
Desejos que 2008 seja melhor, muito melhor!
beijos
Olá!!!
Desejo um excelente 2008 para vcs. O meu pai partiu à 2 anos e ainda doi.... Mas a verdade é que temos que continuar.
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