Às vezes, quando olho para os meus filhos, parece-me mentira... Fico com a estranha sensação de que não são "meus". É uma sensação algo indiscritível...
Aconteceu hoje (novamente) quando preparava Inês para a cama. Peguei na sua face com as duas mãos e olhei bem para a minha menina (neste caso talvez ajude o facto de ela ser toda para o lado do pai) e foi de tal maneira que se seguiu mais uma sessão de mimos entre as duas: ela pega na minha cara com as suas mãozinhas e encosta à dela, ao que se seguem beijinhos à esquimó e outro mimos - adoro tudo!
Mas o mesmo acontece com o meu rapazinho doce, já a ficar tão crescido. Olho para ele e penso "tu és meu filho!". E sinto-me abençoada. Mas também um pouco assustada.
Sempre tive o sonho de ser mãe, mas quando aconteceu, no momento em que o teste, para minha enorme surpresa, deu positivo, não sabia se ria, se chorava. Porque ao mesmo tempo não conseguia imaginar-me no papel de mãe. Um papel que não troco por nada deste mundo.
Só que por vezes tudo me parece algo estranho, porque sinto que a cabeça não mudou e estacionou há, pelo menos, 15 anos atrás. Continuo com quase todos os medos, receios e complexos... Continuo com uma faceta muito infantil, que me faz sentir como quando tinha 15 anos, principalmente com pessoas bastante mais novas, mas que me parecem mais maduras.
E no meio disto tudo tenho a riqueza de ser mãe. E só espero ser uma boa mãe. Conseguir passar, para além de um amor imenso, todos os valores, os ideais... enfim, conseguir verdadeiramente educá-los e prepará-los para a vida, em segurança.
Meus amores, amo-vos mais do que a vida e amar-vos-ei para sempre. Mesmo sabendo que não "me pertencem", mas que serão sempre "meus".
31 março 2005
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6 comentários:
Olá Carla,
Sabes porque tens essa estranha sensação? É porque os teus piscos estão a cresçer e a criar a sua própria individualidade. Mas uma coisa é certa serão sempre os teus filhos.´
Beijinhos,
Ana e Marco António
Olá, Carla:
Engraçado ou mesmo coincidência, os nossos posts estão muito parecidos... Deu-me para a Nostalgia hoje. :-)
Um enorme beijinho e tudo de bom
Ana e Clarinha
www.princesaclarinha.blogspot.com
Sabes... acho que todas as mães sentem isso. Vê-los crescer não é fácil! Mas compensa.... Beijinhos grandes
Olá Carla,é verdade, às vezes também tenho a sensação de um certo irreal - faço uma retrospectiva e vejo-me aos 18/19, sem filhos e depois vejo aqueles dois baixinhos. E também sinto o poso de fazer opções e tomar decisões que podem ter repercurssões tão grandes...
Deve ser assim com todas as mães, não é?
É uma benção - sabes que eu acho que são eles - os filhos - que escolhem os pais? por isso ainda me acho mais abençoada quando eles me mimam...
Ah, , eles não são meus, são de si mesmos, mas os cordões reservo-me a faculdade de os não cortar. Nunca!
Beijoka grande para todos!
É isso mesmo Mª João, uma certa irrealidade... Para além do peso da responsabilidade, porque são vidas novas, que nós temos que ajudar a moldar.
Que interessante achares que os nossos filhotes nos escolheram! Deixou-me a pensar...
E estou como tu, cordar cordões? Nunca! :)
Beijinhos,
Carla
Amiga...
Tens razão.....!
A vida sem eles era tão sem graça........
Concordo contigo..em tudo..número, género e grau!
Beijinhos grandes!
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