Inocência, birras e imaginação

Ontem, como é costume, fui buscar primeiro o Pedro, pois é o que fica mais perto do meu serviço. Quando estava a sentá-lo no carro e a apertar o cinto a primeira coisa que ele me pergunta é:
- "ainda te lembras do que me disseste hoje de manhã?"
Ao que respondi que sim, se ele se referia ao castigo que tinha ficado estabelecido logo de manhã.
- "oh mãe, também tinhas que te lembrar!!!"
Eu explico:
Como é costume o meu filhote fica parado a olhar para o ar em vez de comer, daí que, face ao pedido de por no Canal Panda, foi avisado de que se a mãe entrasse na cozinha e ele estivesse na mesma, à noite não veria os seus desenhos animados (Digimon, monstros Rancher e Beyblade). E foi o que aconteceu...

O problema foi que, com o correr da tarde, a mãe se esqueceu e começou a preparar tudo para a hora (já sagrada) do Digimon. Faltava 1 minuto e de repente o Pedro teve o azar da mãe se relembrar... Escusado será dizer que a birra, o choro e o drama começaram na hora.
Chorava, gritava:
- "Eu vou morrer!!!"
- "Não vais nada!"
- "Vou sim, vou morrer, se não posso ver o Digimon!!!"
(Desculpem, mas tive que morder o lábio para não me rir...)
- "Ainda por cima era o meu episódio favorito!!! Se não posso ver o D. então já não gosto de mais nada, nada, nada neste mundo! Nem dos dinossauros, nem nada!"... Etc... com mais choro, lágrimas e alguma má criação a que se seguiu uma estadia na cama dele para pensar.
Claro que nessa altura a culpa era da mãe porque não o tinha ajudado a comer os Chocapic de manhã. Ao que lhe foi dito que em vez de desculpas, ele tem é que aprender com os castigos, com o que fez, para não repetir. E o pisco lá foi acalmando, até porque o pai lhe tirou a imagem de um Dinossauro do computador para ele pintar - o que deu mais uma história, mas que fica para um próxima.

A minha Inês tem uma imaginação muito fértil e uma conversa que não acaba. estavámos a preparar-nos para fazer os vapores (pois a pisca está bastante constipada), lavando os dentes, quando ela começa a contar uma história da "sua" Luísa, uma amiga do colégio:
- "Xabes, a Luíza quis fazer o Narinel, mas não quis os vapores"
- "Ai é?"
- "Pois..." Tudo acompanhado de gestos e caras sérias... E a história continuou por aí fora... com invenções mil.
- "E a Luíza estava em cima da porta"
- "A fazer o quê?!"
- "A apanhar o gato!"
Se a pequenita da Luísa soubesse das histórias da amiguinha...